segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Escrita de um texto narrativo a partir de uma Banda desenhada de Calvin & Hobbes

Mesmo em sonhos penso na ilusão criada pela minha mãe, na noite passada. Tento sempre acreditar, será verdade?
Enquanto me agarro fortemente aos lençóis da minha cama e tento acreditar, a porta do quarto abre-se subitamente deixando alguma luz iluminá-lo.
- Vais perder a carrinha! Salta já da cama! – A voz estridente da minha mãe desperta-me totalmente.
Levanto-me e preparo-me para mais um dia de escola. Depois de tomar o pequeno-almoço e ir para a escola na carrinha, tento animar-me e concentrar-me nas aulas.
Na aula de matemática, verifico que os meus esforços para estar concentrado não resultam, quando a professora me chama ao quadro para resolver um das suas contas difíceis.
Olho para o quadro tentando entender minimamente o que ela esteve a explicar mas sem sucesso.
- Não sabes a resposta? Então vai sentar-te. – A professora eleva o tom da sua voz assustando-me.
Sinto-me mal: não tive uma única ajuda, um único incentivo para que pudesse resolver a questão e compreender a matéria. Começo a pensar que a professora de matemática não gosta de mim.
O toque de saída soa pelos corredores, e, tal como os alunos de todos os anos, nós corremos para fora das salas com o objectivo de chegar a casa rapidamente. Infelizmente, sei o que vai acontecer.
- Ei, melga, queres saber se há vida depois da morte? – O maior rufia da escola agarra-me pela blusa e encosta-me aos cacifos para que não possa fugir. Tento escapar, mas os corredores já estão vazios. Peço-lhe que não me bata e ao que parece ele estava de bom humor, pois apenas me puxou as cuecas.
Chego a casa e preparo-me para ir fazer os deveres de casa. O som de mais crianças a brincar lá fora interrompe o meu estudo. Vou até junto da janela ver. Queria tanto ir brincar.
O meu pai entra na sala e senta-se no sofá, mas quando me vê dirige-se a mim:
- Não Calvin, só podes ir brincar depois de teres acabado os deveres.
Volto a sentar-me e acabo os deveres.
À hora do jantar sou deixado a comer sozinho, a mãe está a trabalhar e o pai está ocupado, como sempre. Um sorriso de ervilhas é feito no meu prato, mas rapidamente a minha felicidade é interrompida.
- Come o que tens no prato. Não se brinca com a comida. – O meu pai manda. Suspiro aborrecido e termino a refeição lentamente.
A minha mãe chegou a casa do trabalho e disse que eu tinha de ir tomar banho. Acho que ainda tenho uns minutos para brincar.
O som do meu pequeno camião ecoa pela casa de banho e quando me preparo para saltar por cima de outro carrinho, sou interrompido:
- Para de empatar e salta para a banheira!
Depois do banho tomado e o pijama vestido, vou até à sala para ver um pouco de televisão. Nem tenho oportunidade de a ligar, o meu pai põe-se à frente do televisor.
- Não, tens de te deitar já. Vai para a cama.
Quando me deito na cama, a mãe aparece silenciosamente e aproxima-se de mim. Inclina-se e dá-me um beijo na testa.
- Dorme bem. Amanhã é um novo dia!
Ela volta a sair, apagando as luzes e fechando a porta atrás de si. Encolho-me e suspiro cansado.

Quando é que tudo vai finalmente mudar?

Ana Jesus, 8º B

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