Todas as manhãs, a mãe de Saturnino
ia acordá-lo ao quarto dele, pequeno e frio, apressando-o para não perder o
autocarro que o levava à escola. Ao chegar ao velho e ferrugento autocarro da
escola, todos os colegas de Saturnino faziam troça dele, não só devido ao facto
de ele ter um nome tao invulgar, mas também porque não sabia fazer contas de
subtrair.
Já na grande e velha escola, a professora
dirigiu-se a Saturnino:
- Oh, Saturno! Já ao quadro!
Saturnino,
de cabeça baixa, respondeu muito silenciosamente:
- O meu nome é Saturnino…
- O meu nome é Saturnino…
-Não
interessa!-disse a professora- Faz mas é esta conta de subtrair rapidamente!
Todos
os outros alunos da turma se riram imenso.
-Não
sabes a resposta? Então vai-te sentar!
Saturnino
voltou para o se lugar, cabisbaixo e envergonhado, por não saber fazer uma
conta tão simples.
Após
a aula, no intervalo, um rufia aproximou-se dele e ameaçou-o:
-Ei
melga, queres saber se há vida depois da morte?!
Saturnino
já estava tão habituado a este tipo de acontecimentos que nem respondeu.
A
caminho de casa, Saturnino pensava que aquele dia horroroso já tinha acabado,
até que começou a chover torrencialmente. Suspirou e começou a correr. Passado
algum tempo de corrida, tropeçou numa pedra e caiu dentro de uma poça de lama.
Já
em casa, Saturnino tentou sentar-se um pouco no sofá para descansar, mas
imediatamente ouviu a sua mãe a gritar:
-Saturnino!
Para de sujar o sofá de lama e vai já tomar banho!
Quando
Saturnino foi para o quarto e ligou a televisão, foi interrompido pelo seu pai,
que lhe disse para ir dormir, com um ar rezingão.
Passado
um pouco, a sua mãe foi ao seu quarto e disse-lhe:
-Descansa
bem, amanhã é um novo dia.
-Acredito
mesmo…
Rodrigo 8º A