“A paixão
de Shakespeare”
Apreciação
crítica do filme:
Todo o filme é uma completa referência ao teatro
renascentista, como se pode logo ver no título “A paixão de Shakespeare”, na medida em que Shakespeare, como todos sabem, foi um dramaturgo muito famoso na
época renascentista. Através dele consegue-se verificar várias referências ao
teatro e àquela época, tal como as relações entre a rainha Elizabeth I e outras
personagens, sendo elas da realeza ou não; o facto de as mulheres não poderem
representar (o que é bastante salientado); os casamentos arranjados por
interesses; e principalmente, todo o processo criativo das obras de Shakespeare.
Também se pode concluir que a sua vida pessoal influencia o seu trabalho e a
sua história transmitindo para a peça a sua paixão proibida por Viola.
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Num breve resumo, pode dizer-se que
a história se passa em Londres, em torno da composição da peça de “Romeu e
Julieta” por Shakespeare, sendo chamada inicialmente de “Romeu e Ethel, a filha
do pirata”. Ao mesmo tempo que Shakespeare escrevia a peça, os atores ensaiavam
a sua representação. Nenhuma personagem estava em falta à exceção de Romeu, que
era uma das personagens principais. Viola, uma rapariga linda e sonhadora que
era apaixonada pelo teatro, faz-se passar por rapaz, visto que as mulheres não
podiam representar na altura, e apresenta-se como “
Thomas Kent”, uma personagem inventada e interpretada por ela.
Acaba por ser aceite para esse papel. A partir daí, Shakespeare apaixona-se por
ela mesmo sabendo desse seu segredo, assim como o facto de estar comprometida
com um homem que não amava.
O cenário do filme que se pode
observar, grande parte das vezes, é o centro da aldeia. Este, é tão bem
caracterizado que nos sentimos como se estivéssemos mesmo nessa época. Percebe-se
perfeitamente o assunto do filme e intriga-nos, suscitando curiosidade acerca
do que passará a seguir. A caracterização das personagens é bem salientada e é
utilizada uma linguagem cuidada.
Porém, a meio do filme, a ação
torna-se um pouco monótona, sendo menos apelativa nessa altura. Poderia ter
surgido um novo conflito para dar mais emoção à história.
Apreciei, principalmente, quando a
Viola começa a sua aventura secreta como “Thomas
Kent” e tenta esconder isso apesar de Shakespeare, mais tarde, descobrir e
encobri-la. Também a parte final foi muito emocionante, pois enquanto Shakespeare
escrevia a nova peça, ao mesmo tempo, a mesma estava a concretizar-se. Um
pormenor interessante foi Shakespeare utilizar o nome de Viola para essa nova peça, sendo que ela, supostamente se salvou,
tornando-se assim, a história, uma narrativa aberta.
Dá-nos a conhecer também todo o processo de criação teatral: como se vestiam, como ensaiavam, as relações entre eles e
como mandavam escrever aos escribas na folha volante. É uma experiência
cultural importante, pois normalmente, é mais fácil conhecer e compreender algo
depois de estar exemplificado, tal como num filme ou livro, sendo importante
retratar a história com pormenor, expressividade e emoção.
Cristiana Francisco - 9º A